Em dias frios, não é raro que as pessoas ajustem o seletor de temperatura do chuveiro elétrico no meio do banho, em busca de mais conforto. No entanto, essa prática aparentemente inofensiva pode representar um sério risco de choque elétrico ou até de curto-circuito.
De acordo com eletricistas e técnicos em segurança residencial, o principal problema está no fato de que, ao trocar a temperatura com o chuveiro em funcionamento, o usuário tem contato direto com uma parte energizada do equipamento. “Mesmo que o seletor pareça seguro, há risco de fuga de corrente elétrica. Isso pode causar desde um pequeno choque até situações mais graves, dependendo da instalação elétrica da casa e da condição do chuveiro”, explica o técnico em eletrônica Jorge Almeida.
Além disso, muitas instalações elétricas antigas ou irregulares agravam o perigo. “Em residências que não possuem fio terra ou que têm o disjuntor mal dimensionado, qualquer alteração no chuveiro ligado pode provocar um curto”, alerta o eletricista Cláudio Ramos.
Outro ponto de atenção é o desgaste natural do chuveiro. “Se o equipamento já tem muitos anos de uso, é mais provável que as partes internas estejam corroídas ou com falhas de isolamento. Isso aumenta o risco de choque ao tocar no seletor de temperatura”, diz Ramos.
O que fazer?
A recomendação dos especialistas é simples e direta: só mude a temperatura do chuveiro com ele desligado. Pode parecer um incômodo, especialmente em dias gelados, mas é uma medida de segurança essencial. Além disso, vale a pena observar os seguintes cuidados:
Verifique se sua instalação elétrica tem aterramento adequado;
Instale um disjuntor diferencial residual (DR), que corta a energia ao detectar fuga de corrente;
Faça manutenção periódica nos chuveiros, especialmente se notar mau funcionamento;
Evite chuveiros muito antigos ou com peças expostas.
Trocar a temperatura do chuveiro durante o uso é como dar um carrinho por trás no adversário aos 45 do segundo tempo: parece uma jogada simples, mas pode custar caro. Prevenir é o melhor caminho, tanto no futebol quanto no banho. Afinal, como diz o ditado do samba: “se a água tá quente demais, é melhor esperar esfriar do que se queimar”.
